O marketing é fascinante, por mexer tão fundo com a
psicologia de seu público. Mad Men compreende isso e, neste episódio, ainda
mais que no primeiro, une personagens complexos à interessantíssima propaganda
que define o tom da série. Assim, é fantástico perceber que o slogan que Don
precisava soa como uma conclusão ao episódio como um todo, tocando em cada uma
de suas subtramas.
Ao contrário do piloto, este Ladies Room é tão formidável
visualmente quanto em seu roteiro, focando em planos médios a fim de realçar a
ansiedade de Betty; é de se esperar num episódio assim focado na personagem de
January Jones, que, aliás, é impecável como uma mulher muito educada (no sentido mais literal da
palavra) e que, por isso, tenta conter sua iminente crise e confia no marido
fielmente.
Betty, como um símbolo da dona-de-casa, não é o único na
série: Mad Men discute sutil porém magistralmente o presente através do
passado, abordando vários assuntos sem se tornar petulante e inverossímil,
graças a seu elenco excelente e seu roteiro cautelosamente escrito.
10/10